Ana (Português) by ClayAnders
Summary:

Os habitantes da cidade do Rio De Janeiro são engolidos por uma imensa tempestade e acordam em uma surreal e perigosa situação. A história acompanha Iran e Ana, dois amigos muito próximos, e sua tentativa de sobreviver (e compreender) o Universo que agora habitam. Para isso, contarão com a ajuda de diversos companheiros, entre eles uma poderosa e familiar mulher, que fará de tudo para protegê-los dos perigos naturais de um universo gigante e de pessoas que querem machucá-los. Mas para isso precisam primeiro chamar sua atenção.


Categories: Giantess, Crush, Feet, Gentle, Unaware, Violent Characters: None
Growth: None
Shrink: Micro (1 in. to 1/2 in.)
Size Roles: None
Warnings: None
Challenges: None
Series: None
Chapters: 2 Completed: No Word count: 1738 Read: 6896 Published: October 01 2016 Updated: October 01 2016
Story Notes:

Esse é o meu primeiro projeto, então peço logo de cara desculpas por qualquer erro de coerência ou qualquer outro defeito presente nessa história, visto que prefiro escrever de forma mais "espontânea", sem rascunhos, algo parecido com o free style. Essa história foi escrita em português com a intenção de valorizar a comunidade brasileira e portuguesa do grupo, além de me sentir mais confortável escrevendo em minha língua mãe. Críticas, conselhos e expectativas são bem vindos. Por favor,me deixem informados de suas opiniões. É meio que uma honra!

1. Fenômeno by ClayAnders

2. “Para compreendermos o valor da âncora, necessitamos enfrentar uma tempestade.“ by ClayAnders

Fenômeno by ClayAnders

  A estática dominava as televisões. As poucas ainda funcionando noticiavam a catástrofe que acontecia: um grande furacão caminhava em direção à costa brasileira, ameaçando engolir a cidade de Rio De Janeiro. As estradas lotadas com carros e pessoas tentando escapar da iminente tragédia.

  Um grupo de universitários havia conseguido um ônibus para tirá-los da cidade e agora se encontravam rodeados pelo exército, que buscava manter a ordem em meio ao caos. Ana, uma estudante de Medicina, vomitava de nervosismo no chão do transporte, seu pé torcido no meio da confusão. Iran tentava confortá-la enquanto buscava esconder seu próprio nervosismo, ciente de que demonstrá-lo apenas tornaria ela ainda mais agitada. Ela ajeitou seus longos cabelos castanhos atrás da orelha e olhou para Iran com gratidão. Todos pareciam estar nervosos com a nova situação. Ninguém imaginava que a cidade tropical seria vítima de tal fenômeno. Ninguém imaginava que a cidade vigiada por Cristo iria passar por qualquer destruição.

  O grupo era formado por várias pessoas, nem todas conhecidas entre si, mas que se viram obrigadas a se juntarem por causa da situação. Iran e Ana dividam dividiam o aluguel. Ambos eram próximos um do outro, dominados por uma forte amizade. Iran se levantou, apoiando em um dos bancos do veículo, e olhou ao seu redor.  Os ventos começavam a serem sentidos com mais força por todos na medida em que o furacão aparentava crescer a cada minuto. E isso fazia a tensão do grupo subir.

  Algumas pessoas  iniciaram uma votação para seguirem o caminho a pé até encontrarem bom esconderijo, acreditando que a tentativa escapar da cidade já era inviável.

  “Todos os pontos de segurança dentro da cidade ou estão lotados ou estão muito longe para nós chegarmos, mesmo que continuássemos com o ônibus. O melhor a fazer agora é manter a calma e...” o líder do grupo, Marcelo, foi interrompido por Jéssica, uma garota do curso de Línguas.

  “Você vai acabar ferrando a gente com esse seu discurso de manter a calma”! Olha lá pra fora, tem um fucking furacão vindo em nossa direção e você está dizendo que devemos colocar os cintos de segurança e esperar?! Fodam-se vocês, nós vamos procurar algum lugar de estrutura firme para ficar. Au revoir, filhos da puta!” e assim um grupo de cerca de 15 pessoas, basicamente metade do grupo, saíram do ônibus.

  Essa garota fritava os nervos de todos, principalmente de Iran, mas ela estava certa. Ele sabia disso. Ele sabia que se ficassem dentro do ônibus eles correriam grandes riscos, mesmo o furacão ainda estando relativamente longe, mas Ana não estava em condições de andar.

  “Droga!” ele deixou escapar em um sussurro para si mesmo. O ônibus começou a se remexer, fazendo com que todos levassem um susto. Um grito vindo de fora. Iran gentilmente apoiou Ana no seu banco e olhou para fora. Sua pele logo perdendo toda a cor.

  O turbilhão de vento havia crescido sem nenhuma explicação e já engolia toda a cidade. Ele viu os estudantes fora do ônibus serem arremessados em direção à colossal monstruosidade, apenas para sentir o veículo em que estava perder o chão.

  “Segurem-se todos!” gritou Marcelo ao pisar no acelerador, tentando inutilmente manter o veículo no chão, suas palavras sendo tardias. Um movimento brusco fez com que Iran fosse jogado contra a parte superior do veículo enquanto colocava o cinto em Ana, batendo a cabeça e perdendo a consciência.

  Noticiários do mundo todo noticiavam o desaparecimento quase completo da cidade do Rio de Janeiro. Enquanto as estruturas da cidade se encontravam estranhamente intactas, todo ser vivo e meio de transporte havia desaparecido, engolidos pelo peculiar furacão.

  Enquanto isso, Iran recuperava sua consciência no chão do ônibus e, com a visão borrada, enxergava Ana colocando seus conhecimentos em prática para checar sua situação e garantir que seu bem estar. Marcelo observava com sua visão periférica a situação de Iran enquanto tentava ajudar o resto do grupo, esboçando um leve sorriso de alívio ao ver que seu amigo estava bem.

  Quando a situação de todos foi conferida, Marcelo e Iran decidiram sair do ônibus para dar uma olhada em onde eles estavam e tentar descobrir o que havia acontecido, um chão claro e amadeirado debaixo deles, de certa forma familiar para Iran, embora este ainda estivesse confuso com tudo o que havia acontecido. Um grito, mas dessa vez não de desespero, foi seguido por outro e mais outro. Eles não estavam sozinhos. Marcelo gritou para sinalizar que também estavam ali, enquanto perguntava a si mesmo o que diabos estava acontecendo. O questionamento foi logo interrompido por uma série de estrondos  de intensidade crescente. Um suspiro feminino e uma imagem que congelou os sentidos de Iran.

  Ele olhou para dentro do ônibus, apenas para ver sua companheira boquiaberta olhando para cima.

  “A... Ana?” ele volta sua atenção ao corpo colossal em sua frente.

  “O que diabos está acontecendo aqui?” complementa Marcelo.

 

“Para compreendermos o valor da âncora, necessitamos enfrentar uma tempestade.“ by ClayAnders

  Ana chegou em casa cansada. Uma velha, mas bem cuidada mansão separada da cidade e cercada por árvores era seu lar. Abrindo a porta, sentiu que tirar os seus sapatos e sentir o chão frio sob suas solas era exatamente o que ela necessitava para refrescar um pouco.  Cansada e não necessitando mais de seus óculos para hipermetropia, ela os tira e coloca sobre o criado. Andando até a cozinha, seus belos e cansados olhos azuis foram de encontro com o bebedouro. Pegando um copo de vidro e enchendo ele de água gelada, ela o levou em direção a sua boca, mas seus olhos, no entanto, captaram um ponto preto no copo. Devido o fato de ser velha, Ana acabava dividindo sua casa com diversos seres. Entre os mais comuns, insetos. Não é como se ela os odiasse, pelo contrário, ambos conseguiam conviver em harmonia desde que essas criaturas suicidas não se encontrassem despercebidas debaixo de seu andar ou a incomodasse. Encontrar uma formiga em seu copo definitivamente a incomodou. Com uma expressão vazia, Ana pegou a formiga entre os dedos e a tirou da água, esfregando o seu indicador na pia de porcelanato, esmigalhando o inseto.

  Ruan estava em seu apartamento. Sempre preocupado com sua irmã, ele tentava intensamente entra em contato com ela sem sucesso. E então a tempestade mergulhou a todos numa profunda escuridão.  Ao despertar, se encontrou sobre um chão claro e vasto, dominado por estruturas colossais. Ao tentar caminhar, no entanto, se viu limitado por uma parede invisível que se estendia vários metros sobre ele. Sua irmã veio em mente, e a preocupação com ela logo tomou conta. Ele considerou escalar a superfície, que se provou lisa demais para fornecer qualquer apoio Uma série de estrondos fez com que ele se assustasse e percebesse sua posição.

  O furacão havia feito com que ele, de alguma forma, encolhesse para o tamanho de um inseto, e agora ele se encontrava no interior de um copo de vidro. Seus pensamentos, no entanto, logo se voltaram para o estrondo, que agora ele reconhecia como passos. Impossibilitado de escalar a estrutura lisa do copo, Ruan se acovardou contra a parede do recipiente e começou a gritar por ajuda.

  Percebeu a presença de uma mulher adentrar a cozinha e se aproximar do bebedouro. Uma roupa casual, que consistia  em uma blusa e jeans, envolvia seu corpo. As mãos pálidas que agarraram o copo contrastavam com o esmalte vinho e logo ele se viu debaixo do filtro, ciente do que lhe esperava.

  “HEY! NÃO, POR FAVOR, ME VEJA! EU ESTOU NO COPO! POR FAVOR, NÃO QUERO MORRER AFOGADO!” gritou Ruan com uma voz cada vez mais chorosa e enfraquecida, até sumir em meio ao som da água caindo.

  Apesar da pressão da água ter lhe atingido com uma força impressionante, Ruan se viu lutando para flutuar até a superfície, que parecia cada vez mais distante com o volume crescente da água. Perdendo as esperanças, ele percebe dois olhos azuis imensos o analisando.

  Dois dedos, em forma de pinça, entram no copo e retiram seu corpo surrado da água. Cuspindo a água com que se afogou, ele recolhe forças para agradecer a moça, porém logo é interrompido pelo movimento do dedo, que o esmaga contra o material claro da pia e faz um rastro de sangue ao ser recolhido.

  Livre do incomodado proporcionado pela existência da formiga em seu copo, Ana finalmente saciou sua sede. Olhando para o rastro deixado pelo inseto na pia, ela jogou água nos restos mortais e os empurrou em direção ao ralo da pia, apagando quaisquer indícios de existência daquele ser. Para ela, isso apenas significava tirar a mancha que contrastava com o material claro.

  Caminhando em direção à sala, ela parou na frente de um quadro. Deus, como ela sentia falta de Iran. Ela se arrependia amargamente de nunca ter dito a ele os seus sentimentos mais fortes, reprimindo-os na tentativa de manter a harmonia imutável que existia devido à amizade entre os dois. Qualquer coisa a mais poderia interromper essa paz, essa amizade. E Ana deixou esse medo tomar conta de si.

  Ele havia desaparecido durante a tempestade anos antes. O furacão que atingiu o Rio De Janeiro danificou severamente a cidade e fez com que diversas pessoas simplesmente desaparecessem. (o que acabou servindo de motivo para a mudança para uma área mais afastada). O que ela não daria para tê-lo de novo...

  Um suspiro. Percebendo seu estado de hipnose, ela chacoalha a cabeça na tentativa de voltar a si mesma e caminha para a sala, deitando no sofá para assistir televisão, estendendo suas pernas sobre o sofá, a sola de seu pé empoeirada pelo chão. Percebendo que poderia sujar o sofá, ela confere a planta de seu pé, apenas para retirar a carcaça de uma formiga que havia sido esmagada em seu calcanhar com certa indiferença. Ela joga o corpo achatado para longe e volta sua atenção para a televisão. Apenas mais um inseto suicida que decidiu ficar em seu caminho.

  Enquanto isso, Iran e Marcelo voltam para dentro do ônibus, ainda incrédulos da situação. Iran olha para Ana, que apresenta uma feição de espanto, como se acabasse de ter presenciado a aparição de um fantasma.  Sem ainda entender nada, ele apenas tem uma certeza: eles precisam sair do chão aberto e contatar os outros grupos se esperam serem percebidos.

 

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