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Story Notes:

Esse é o meu primeiro projeto, então peço logo de cara desculpas por qualquer erro de coerência ou qualquer outro defeito presente nessa história, visto que prefiro escrever de forma mais "espontânea", sem rascunhos, algo parecido com o free style. Essa história foi escrita em português com a intenção de valorizar a comunidade brasileira e portuguesa do grupo, além de me sentir mais confortável escrevendo em minha língua mãe. Críticas, conselhos e expectativas são bem vindos. Por favor,me deixem informados de suas opiniões. É meio que uma honra!

  A estática dominava as televisões. As poucas ainda funcionando noticiavam a catástrofe que acontecia: um grande furacão caminhava em direção à costa brasileira, ameaçando engolir a cidade de Rio De Janeiro. As estradas lotadas com carros e pessoas tentando escapar da iminente tragédia.

  Um grupo de universitários havia conseguido um ônibus para tirá-los da cidade e agora se encontravam rodeados pelo exército, que buscava manter a ordem em meio ao caos. Ana, uma estudante de Medicina, vomitava de nervosismo no chão do transporte, seu pé torcido no meio da confusão. Iran tentava confortá-la enquanto buscava esconder seu próprio nervosismo, ciente de que demonstrá-lo apenas tornaria ela ainda mais agitada. Ela ajeitou seus longos cabelos castanhos atrás da orelha e olhou para Iran com gratidão. Todos pareciam estar nervosos com a nova situação. Ninguém imaginava que a cidade tropical seria vítima de tal fenômeno. Ninguém imaginava que a cidade vigiada por Cristo iria passar por qualquer destruição.

  O grupo era formado por várias pessoas, nem todas conhecidas entre si, mas que se viram obrigadas a se juntarem por causa da situação. Iran e Ana dividam dividiam o aluguel. Ambos eram próximos um do outro, dominados por uma forte amizade. Iran se levantou, apoiando em um dos bancos do veículo, e olhou ao seu redor.  Os ventos começavam a serem sentidos com mais força por todos na medida em que o furacão aparentava crescer a cada minuto. E isso fazia a tensão do grupo subir.

  Algumas pessoas  iniciaram uma votação para seguirem o caminho a pé até encontrarem bom esconderijo, acreditando que a tentativa escapar da cidade já era inviável.

  “Todos os pontos de segurança dentro da cidade ou estão lotados ou estão muito longe para nós chegarmos, mesmo que continuássemos com o ônibus. O melhor a fazer agora é manter a calma e...” o líder do grupo, Marcelo, foi interrompido por Jéssica, uma garota do curso de Línguas.

  “Você vai acabar ferrando a gente com esse seu discurso de manter a calma”! Olha lá pra fora, tem um fucking furacão vindo em nossa direção e você está dizendo que devemos colocar os cintos de segurança e esperar?! Fodam-se vocês, nós vamos procurar algum lugar de estrutura firme para ficar. Au revoir, filhos da puta!” e assim um grupo de cerca de 15 pessoas, basicamente metade do grupo, saíram do ônibus.

  Essa garota fritava os nervos de todos, principalmente de Iran, mas ela estava certa. Ele sabia disso. Ele sabia que se ficassem dentro do ônibus eles correriam grandes riscos, mesmo o furacão ainda estando relativamente longe, mas Ana não estava em condições de andar.

  “Droga!” ele deixou escapar em um sussurro para si mesmo. O ônibus começou a se remexer, fazendo com que todos levassem um susto. Um grito vindo de fora. Iran gentilmente apoiou Ana no seu banco e olhou para fora. Sua pele logo perdendo toda a cor.

  O turbilhão de vento havia crescido sem nenhuma explicação e já engolia toda a cidade. Ele viu os estudantes fora do ônibus serem arremessados em direção à colossal monstruosidade, apenas para sentir o veículo em que estava perder o chão.

  “Segurem-se todos!” gritou Marcelo ao pisar no acelerador, tentando inutilmente manter o veículo no chão, suas palavras sendo tardias. Um movimento brusco fez com que Iran fosse jogado contra a parte superior do veículo enquanto colocava o cinto em Ana, batendo a cabeça e perdendo a consciência.

  Noticiários do mundo todo noticiavam o desaparecimento quase completo da cidade do Rio de Janeiro. Enquanto as estruturas da cidade se encontravam estranhamente intactas, todo ser vivo e meio de transporte havia desaparecido, engolidos pelo peculiar furacão.

  Enquanto isso, Iran recuperava sua consciência no chão do ônibus e, com a visão borrada, enxergava Ana colocando seus conhecimentos em prática para checar sua situação e garantir que seu bem estar. Marcelo observava com sua visão periférica a situação de Iran enquanto tentava ajudar o resto do grupo, esboçando um leve sorriso de alívio ao ver que seu amigo estava bem.

  Quando a situação de todos foi conferida, Marcelo e Iran decidiram sair do ônibus para dar uma olhada em onde eles estavam e tentar descobrir o que havia acontecido, um chão claro e amadeirado debaixo deles, de certa forma familiar para Iran, embora este ainda estivesse confuso com tudo o que havia acontecido. Um grito, mas dessa vez não de desespero, foi seguido por outro e mais outro. Eles não estavam sozinhos. Marcelo gritou para sinalizar que também estavam ali, enquanto perguntava a si mesmo o que diabos estava acontecendo. O questionamento foi logo interrompido por uma série de estrondos  de intensidade crescente. Um suspiro feminino e uma imagem que congelou os sentidos de Iran.

  Ele olhou para dentro do ônibus, apenas para ver sua companheira boquiaberta olhando para cima.

  “A... Ana?” ele volta sua atenção ao corpo colossal em sua frente.

  “O que diabos está acontecendo aqui?” complementa Marcelo.

 

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