- Text Size +
Author's Chapter Notes:

Capítulo bem pequeno mas essa parte não podia vir no próximo, a estória vai ser bem curta.Provavelmente apenas mais dois capítulos pequenos que devem vir amanhã.

Antes apesar de com pressa, Julie parecia estar andando com mais cuidado agora, ela quase que corria em direção à sala. Parecia que ela estava se acostumando com Mike como sapatos.No caminho ela nem falou com ele. Ele por sua vez estava preocupado demais com o rumo da última conversa deles para falar qualquer coisa. Ela não só culpou ele por tudo como também obrigou ele a ficar assim pelo resto do dia só pra não ter que andar descalça e ainda pisoteou nele com força quando ele tentou argumentar.

A culpa não era dele de não lembrar os assuntos da prova, nem dos sapatos dela terem sido roubados. Ela que foi burra de não esconde-los melhor.Ele sempre soube que Julie era meio mandona e tinha um humor difícil de vez em quando.Mas isso não era problema quando ele tinha 1,80m de altura, agora no entanto...

“AI...”.Mark disse ao sentir seu solado inferior raspando com força no chão de concreto.

“Que susto Mark, esqueci que você tava aí.Desculpa pelo arranhãozinho”

“Arranhãzinho???Você quase arrancou fora minhas costas”

“Meu deus, como você é dramático.”

Ela começava a pensar como o Mark era injusto, não era nada demais ser um par de sapatos por algumas horas, ela não era gorda, ela era bem limpinha, e ela era linda. Ele devia estar feliz em ajudar sua amiga gata. Ainda mais depois de acabar com as chances dela de ir bem em Macroeconomia. Mark devia estar reclamando o tempo todo só pra fazer ela se sentir culpada, ela de fato sentia um misto de culpa e prazer em estar usando Mark, mas ela não tinha opção no momento.

Ela olhou para o relógio e viu que estava 12 minutos atrasada, ela logo esqueceu das reclamações de Mark, e dessa vez começou a correr de verdade em direção a sala.

O mundo de Mark começou a virar uma bagunça quando seus corpos balançavam pra frente e para trás numa velocidade muito grande. O número de porradas na cara que tomava e a intensidade delas aumentou.

“Julie vai com cal...”.Ele começou a dizer logo antes de ser cortado por uma grande pressão nos seus saltinhos algulhas, na sua base e na sua cara.Tudo isso num único impacto.

Julie estava correndo escadas abaixo, e tinha mania de pular os últimos 3 degraus de uma vez, e novamente tinha esquecido do amigo.

“Aaaaaai poorra.Meu deus Julie, eu juro que meu salto quase quebrou agora, você ta maluca?”

“Opa...desculpa de novo Mark. Mas convenhamos não dá pra ficar andando como se eu estivesse pisando em ovos, ainda mais quando estou atrasada. E nós dois sabemos que você está sendo dramático, esses saltos são bem resistentes.” .Ela deu 3 pulinhos como que pra provar ele que ele era resistente. Mesmo puto da vida com os pulos, era inútil reclamar de novo, Julie era meio louca e avoada.

“Agora shhhh, to entrando na sala.”

Julie entrou, sentou em uma das mesas encostadas na parede. E começou a fazer a prova.

“Que horas são Julie??”

“Mark, fazem apenas 15 minutos que entrei na sala, relaxa, se você perguntar toda hora o tempo vai passar mais devagar”

Além da prova na qual tudo deu errado, Julie tinha mais 3 provas naquele dia, 2 horas de duração previstas em cada.

Dessa vez o papel dele não era mais pensar nas respostas da prova, oque tornava ainda pior sua situação. Sem ter com oque se distrair, parecia que seus sentidos estavam ainda maiores. O gostinho de morango ia indo embora a cada segundo, deixando apenas o salgado do suor dela. Ele so conseguia olhar pra cima, onde ele via dedinhos subindo e descendo. A prova provavelmente estava difícil, pois ela estava começando a suar bastante, e isso não era bom. Ela logo voltou com a flexão incessante de dedos, e as batidinhas no chão.

Enquanto as batidinhas incomodavam mais pelo barulho que faziam ecoar na cabeça de Mark, os dedinhos flexionando eram uma verdadeira tortura. Eles ficavam arrastando na cara de Mark, e agora que começavam a ficar bem húmidos, a sensação era nojenta. Além de que cada vez ela flexionava mais, e mais forte, ao ponto da pontinha das unhas arranharem a sua cara. Ele refletiu sobre a situação, e pensou o quão ridículo era estar sendo torturado por dedinhos do pé, sem contar que ele estava começando à feder à pé.

De saco cheio ele disse.

“Para Julie, por favor, ta desconfortável.”

“Parar com oque???”

“Com a porra do pé, para de mexer, tá machucando.”

“A Mark, para de ser chorão. Não pode ser tão incômodo assim”

“Fácil falar né, não é você que ta aqui embaixo.”

 “Para de reclamar Mark, você concordou com isso. E eu estou fazendo uma prova difícil, preciso aliviar a tensão, me deixa com as minhas maniaszinhas. Deixa de ser chato”

“Eu até deixaria, mas a sua maniazinha inocente ta machucando a minha cara.Além de fazer seu pé suar, sério, ta começando a ficar seriamente desagradável aqui.”

Ela então deu um chute com a lateral do sapato na parede.

“Porra”.

Dessa vez, invés de pensar ela falou, não exatamente alto, mas com a sala em silencio, o professor logo olhou pra cara dela.

“Desculpa professor, sem querer esbarrei o cotovelo na parede e deixei escapar isso, peço desculpas” ,o professor balançou a cabeça  aceitando as desculpas e voltou a vigiar o resto da turma.

“Porra Mark, viu oque você fez???Eu estou em prova, não da pra você ficar reclamando o tempo todo. Quer me fazer perder outra prova? Não, não vou deixar você arruinar meu semestre. De agora em diante você vai ficar mudinho por um tempo.”

“Não ouse fazer isso Jul...”.Ela estalou os dedos baixinho e ele na hora teve a certeza, que por mais alto que a mente dele gritasse, ela não ouviria.

You must login (register) to review.