Como (não) se deve colar na prova/How (not) to cheat on a test by Napalm
Summary:

Mark decide ajudar sua amiga Julie, por quem tem uma quedinha à colar, mas nem tudo vai como o planejado.

Soon in english too:

Mark decides to help his friend Julie, whom he has a huge crush on, to cheat on a test.But things doesnt go according to the plan.


Categories: Feet, Object, Unaware, Footwear, Humiliation, Young Adult 20-29 Characters: None
Growth: None
Shrink: None
Size Roles: F/m
Warnings: None
Challenges: None
Series: None
Chapters: 4 Completed: Yes Word count: 8054 Read: 18386 Published: May 14 2016 Updated: May 16 2016
Story Notes:

Minha primeira estória, não só aqui como no geral.Sei que não devem haver muitos brasileiros por aqui, mas adoraria reviews, pra saber como melhorar.

1. A prova by Napalm

2. Shhhhh!!!! by Napalm

3. 10 by Napalm

4. 2 by Napalm

A prova by Napalm
Author's Notes:

Deixarei o tipo de transformação, o parágrafo que ocorre, e mais spoilers sobre oqua a história contem no End Notes.Acho que assim não estrago a surpresa de quem gosta de ir descobrindo, e nem obrigo ninguem a ler algo que n é do seu estilo.

Mark de 21 anos e Julie de 20 eram estudantes no mesmo curso e da mesma universidade, a única diferença era que Mark estava um semestre à frente de Julie. Mark era um cara muito estudioso, apesar de não ter o estereótipo de nerd.

 Julie fazia o tipo ‘garota maluca’, sempre sendo centro de diversas historias malucas, se alguma coisa diferente e divertida rolasse pela faculdade, era certo que Julie estava envolvida, e consequentemente, suas notas não eram das melhores.Julie era linda, e estava sempre bem arrumada, geralmente bem demais para faculdade, sempre de saltos altos, ou botas e saias ou vestidos, mostrando suas belas pernas quase todos os dias

Mark sempre foi muito simpático e engraçado, mas isso não foi capaz de conseguir algo romântico com Julie logo que se conheceram 2 anos atrás, no entanto ficaram bons amigos logo de cara. No entanto só viraram melhores amigos no dia em que Mark acidentalmente viu Julie transformar um copo de água em cerveja no meio do dia.

“Como você fez isso Julie???”.Ele perguntou.

”Isso oque Mark??”.Ela respondeu preocupada, ela havia descoberto esses poderes quando adolescente, e nunca ninguém antes havia descoberto.Com o tempo ela começou a fazer pequenas transformações debaixo do nariz das pessoas, e ainda sim, ninguém havia descoberto, mas ela adorava a sensação de perigo, de correr riscos desnecessários.

Ele puxou ela para um canto mais reservado e falou.”Você sabe oque, eu vi você e seu copo. Num segundo era água, e no outro cerveja.”

Ele havia visto, ela não tinha como negar, mas Mark sempre havia sido um bom amigo, talvez ela devesse tentar explicar, e torcer pra ele manter o segredo.”Bom...Quando eu tinha 14 anos eu descobri que...eu podia transformar certas coisas em outras coisas...”.E então ela contou toda a longa história desde seus 14 anos, de como exatamente descobriu a extensão e limitação dos seus poderes.

Ela podia transformar objetos e animais em quaisquer objetos, e podia transforma-los de volta no que quer que fossem originalmente, a única vez que ela falhou em desfazer o feitiço foi quando ela transformou um garfo num copo de vidro, e deixou o copo quebrar. Então até onde ela sabia, a única restrição era que o objeto transformado continuasse intacto. Ela também havia descoberto que era capaz de se comunicar telepaticamente com os animaiszinhos transformados, porém só quando encostava neles, e ela só conseguia ouvir ‘au au’ e miaus’. Oque não era muito útil.

Quando terminou, viu a cara séria de Mark, e começou a pensar que havia perdido um amigo, o lado bom era que ninguém acreditaria nele. No entanto, ele abriu um sorriso, e falou “Isso é foda Julie...você já...ja usou em pessoas??”.

“Claro que não, apesar disso ser completamente reversível, eu nunca deixei ninguém descobrir, então nunca tive cobaias. Você gostaria de experimentar??”

“NÃO. Apesar de sentir uma pontada de curiosidade, eu prefiro continuar normal”.

Ambos riram, e a revelação por parte dela, e aceitação da parte dele fizeram ambos se tornarem melhores amigos desde esse ocorrido, a um ano atrás.

“Mark, eu preciso da sua ajuda.”

“Oque foi Julie?”

“Acabei de descobrir que a prova final de Macroeconomia é hoje, e não fui a nenhuma aula esse período, se eu não tirar pelo menos 9 eu reprovo e perco a minha bolsa. Período passado lembro que você passou com nota máxima. Você precisa dar um jeito de me explicar tudo em 1h.”

“Oque??Isso é impossível Julie. São 5 capítulos, não tem como.”

“Por favor Mark...”.Julie disse com a aquela cara e voz que tornavam impossível pra Mark dizer não.

“Poxa Julie. Eu ajudaria se pudesse...mas...não da tempo...podemos tentar fazer um resu...”.

“Tive uma idéia...”.Ela disse cortando Mark.”Sabe aquilo...que posso fazer?A transformação, então, e se eu usasse em você??”Ela deu uma pausa, o Mark tava como uma cara bem relutante.”Eu transformo você em algo que eu possa tocar durante a prova, penso nas perguntas, e você pensa nas repostas. Depois disso eu volto você ao normal, e pago suas bebidas por um mês inteiro.”

“NÃO...negativo, isso ia dar merda Julie...desculpa...mas não.”

“Poxa Mark, porfavorzinho, eu não posso perder a bolsa, você sabe que é o único jeito de eu ir bem nessa prova...”.Mark como sempre não podia resistir à Julie. Após certa relutância, ele disse.

“Tá bom, não estou dizendo que sim ainda, mas...iria doer?....vou continuar vivo enquanto objeto??É 100% seguro???”

“A magia não machuca, e ela simplesmente remolda seu corpo como um objeto, você ainda vai estar vivo, vai poder pensar, sentir, ver.Vai ser quase como apenas um desfarce.”

“Tá bom, Julie, eu vou te ajudar só dessa vez, mas você vai desfazer isso assim que sair da prova. E no que você vai me transformar??”

“Hmm...lapis, caneta e borracha não podem ser, não posso ‘gastar’ você...talvez uma peça de roupa...não dá também, hoje vim de vestido, e não somos tão próximos assim pra eu deixar você abraçando meu corpinho durante a prova.”Ela disse rindo, mas ele sabia que ela falava sério. Ela olhou pra baixo, pros seus saltos agulha e disse. ”Já sei, tive a idéia perfeita. Meus sapatos, nada muto íntimo, não deve ser desconfortável pra você também, e eles são bem resistentes”.

                Mark olhou para os sapatos, quase travando sua visão nas belas pernas enquanto seu foco descia.’Hmm, eu vou ter uma visão de camarote dessas lindas pernas, e até da calcinha dela’.Ele pensou sentindo um pouco de vergonha, de pensar isso da amiga, mas ela era muito gata. ”Hmmm...tudo bem Julie, acho que pode funcionar, se você acha que é a melhor opção, eu concordo.”

Eles foram pro andar mais vazio do prédio, Julie checou se o banheiro feminino no final do corredor estava vazio, e então fez sinal pra Mark entrar. Ambos se enfiaram dentro da mesma cabine.

“Está pronto Mark?”

“Nem um pouco, mas acho que o tempo não vai mudar isso”. Ele disse nervoso.

“Lá vai...”

Mark não sentiu nada. Der repente sua visão estava direcionada pra cima, parecia que ele tinha dois rostos, e ele não podia se mover. der repente ele sentiu uma mão gigante agarrando ele. ”Mark, você ta aí??”.Ele ouviu a voz na sua cabeça, e der repente um rosto lindo e gigante apareceu no seu campo de visão.

“Estou, você estava certa, não doeu, não dói nem um pouco.”

“Ótimo, estou atrasada para a prova, não poderia me preocupar com mais nada no momento, vou deixar meus sapatos originais aqui nessa cabine, ninguém vem no banheiro daqui mesmo, depois da prova voltamos para cá. Tenho dois minutos pra chegar na sala.”

Ela retirou os sapatos e os colocou o mais escondido possível atrás do vaso sanitário. Ela então pegou seus novos sapatos e começou a vestí-los.

Mark viu os pés de Julie se aproximando rapidamente, a pressa da garota fez com que parecesse um soco na cara de Mark, foi quando ele percebeu que nem o pequeno prazer de ver por baixo do vestido da garota ele ia ter, assim que ela terminou de colocar seu pé nele, a visão desse rosto ficou quase completamente escura, e ele percebeu que seu rosto estava por dentro do sapato. Sua outra face foi também obscurecida pelo outro pé.

Ele conseguia ver os dedos da moça na cara dele, ele podia sentir cheiro, e o mais esquisita, gosto. Parecia que o solado inteiro era capaz de sentir gosto, pra sorte dele, o dia apenas havia começado e ele sentia cheiro e gosto de morangos, provavelmente de creme hidratante. Ele sentia o calor dela, uma sensação muito gostosa, como se ele estivesse abraçando a garota por quem ele tinha uma queda.

Mas foi quando ela levantou que o inferno dele começou, ela devia pesar uns 50 kg, mas ele agora era pequeno, e todo o peso dela estava apoiado nele, parecia uma tonelada, parecia que ele ia ser esmagado.Mas ele estava fazendo isso pra ajudar ela, e se ele contasse pra ela isso agora, ela provavelmente ia desistir do plano, e ela precisava disso, ele decidiu então fingir que estava tudo bem, afinal de contas daqui a 2 min ela ia estar sentada e ia ficar tudo bem.

“Então, como se sente??”Ela perguntou.

“Não exatamente confortável, mas ta tudo bem.”

“Ótimo, temos que correr.”

Ela então começou a sair andando o mais rápido que era possível com saltos daquele tamanho, cada passo dela parecia que ia matar ela, e esmagava o pé dela na ‘lingua’ dele, fazendo o gosto de morango ficar mais acentuado.Ela subiu correndo as escadas, dando uma topada com o pé no último degrau.”Ops, te machuquei???”.

“Não...”.Ele mentiu.”Está tudo bem...” Julie sempre foi desastrada, não havia porque ser um babaca com ela por uma simples topada.

Ela finalmente chegou em sala, e sentou pra fazer a prova. Ela então mentalizava as questões, e esperava Mark formular uma resposta. Mas ela estava ansiosa demais, e enquanto Mark pensava ela ficava flexionando os dedos dentro dos sapatos, era difícil pensar assim, e batendo o pé no chão. O tempo passava, e ela não tinha nem metade da prova respondida.

Após 1 hora de prova ela ficou de mau humor com a demora cada vez maior nas respostas, e Mark de saco cheio da sensação de estar nos pés dela.

“Então Mark???Vai demorar a dar as respostas???Minha bolsa de estudos está em jogo aqui...”

“Estou tentando  o melhor que posso Julie.Se você parar de bater o pé e de ficar mexendo os dedos eu agradeço.”

“Aaaaah...então a culpa de você demorar na minha prova é de eu mexer o pé???Sua melhor desculpa é essa???Eu pensei que você sabia a matéria, você me enganou”

“Ei, você que veio me procurar.Não é fácil pensar com você batendo o pé em mim, e eu fiz a matéria a quase 6 meses atrás, preciso de tempo pra relembrar.”

“Tá bom senhor sensível, vou parar de bater meus pezinhos”.Ela deu uma pisada forte no chão, com um pé de cada vez, fazendo Mark segurar um grito, e depois realmente parou de mexer os pés.

Ele conseguia ver e sentir a ansiedade da garota, ela começou a suar, deixando o gostinho de morango cada vez mais fraco e salgado. ’Aguenta Mark, falta pouco pra esse inferno acabar’ ele pensou. Mas ele não conseguia lembrar das respostas com a velocidade que precisava. E após as duas horas limites de prova, apenas metade das questões estavam respondidas e Julie chutou qualquer resposta nas que estavam em branco.

Julie puta da vida entregou a prova, e foi andando lentamente em direção ao banheiro. Cada passo era mais uma porrada no chão do que um simples passo.

“Desculpa Julie, eu fiz o melhor que eu pude.Não foi o bastante mas isso não te dá direito a pisar assim em mim, isso machuca”

“Machuca???MACHUCA???Sabe oque machuca Mark??Você colocar todas as suas esperanças em alguém e a pessoa te decepcionar...”.Julie tinha uma tendência a mudanças de humor e exagero, apesar de saber que a culpa não era de Mark, ela precisava de alguém em quem por a culpa.”...Sabe oque mais machuca??Isso...” Ela disse dando um pulo, e aterrissando com os dois pés ao mesmo tempo, ela quase não sentiu nada, Mark era confortável, mas ele por outro lado nunca sentiu tanta dor na vida.E o pior foi o medo de ela quebrar seu salto, ele não queria que acontecesse que nem o garfo-copo de vidro, que nunca mais voltou ao normal.

“PORRA JULIE, ISSO DÓI, e o pior, você não pode me quebrar esqueceu???Toma cuidado garota.”

Finalmente voltando à razão, e um pouco envergonhada, ela disse.”Ai Mark, desculpa, eu exagerei.Eu realmente esqueci dos riscos aqui, mas é que você acabou de me fazer reprovar, eu estava puta. Mas tudo bem, sem mais riscos desnecessários.”

Quando ela descia a escada, a garota desastrada quase torceu o pé, pisando em falso no salto, o fino saltinho de Mark deu uma leve torcida, seu coração sairia pela boca, se ele ainda tivesse um coração. Mas por sorte, ela logo firmou o pé, e nada demais aconteceu.

Mark só conseguia pensar que ele estava quase livre desse pesadelo, mais alguns passos e ele estaria de volta ao normal. Ele com certeza nunca mais deixaria Julie fazer algo do tipo com ele.

Julie finalmente chegou ao banheiro, e abriu a cabine onde havia transformado Mark.

“Puta que pariu....”Ela não só pensou, como disse em voz alta”

Mark preocupado perguntou. ”Oque houve????”

“Ferrou Mark...roubaram meus sapatos.”

“Putz Julie, isso realmente não é legal, mas não é o fim do mundo. Você só precisa comprar outro par.”

“NÃO Mark, você não está entendendo.EU não tenho um par reserva aqui.EU tenho mais 3 provas hoje, e eu não posso ficar andando descalça pela faculdade...sinto muito.”

Mark finalmente entendeu oque ela queria dizer.”Nâo Julie, o acordo não era esse, não posso ficar assim por mais 6h.Me transforma de volta agora...”

“Desculpa Mark, mas eu não posso reprovar as outras provas também, você já me fez reprovar uma. Prometo que assim que chegar em casa te transformo de volta.”

“Não Julie...não, eu não vou deixar você me usar o dia todo, Não vou.”

“Eu realmente sinto muito Mark, mas eu não tenho opção...não quero parecer babaca, mas no momento nem você. Você vai ficar assim até o final do dia, e a discussão acaba aqui.”

“NÃO JULIE  eu não vou aceitar isso.”

Julie deu um pisão forte e disse.”A DISCUSSÃO ACABA AQUI MARK.você entendeu?”

Mark não tinha como argumentar, e no momento ela estava de cabeça quente, era melhor não piorar a situação.”Tudo bem Julie...se não tem memso jeito.”

“Nossa, tão obedientezinho você, você seria um ótimo sapato de estimação, sabia?”Ela disse.Logo depois completou.”Antes que você reclame eu estou só brincando”.Mas ela realmente estava se sentindo bem em pisar em alguém o dia todo.Mas ainda assim, ela jamais deixaria ele assim pra sempre.

“Vamos que estou atrasada para a próxima prova”

...

End Notes:

Transformação-Homem em Salto Agulha

Parágrafo da transformação - 31

Contém:

objetificação, suor, dor, um pouco de sadismo(bem pouco), e provalvemente final trágico(ainda não decidi).

Shhhhh!!!! by Napalm
Author's Notes:

Capítulo bem pequeno mas essa parte não podia vir no próximo, a estória vai ser bem curta.Provavelmente apenas mais dois capítulos pequenos que devem vir amanhã.

Antes apesar de com pressa, Julie parecia estar andando com mais cuidado agora, ela quase que corria em direção à sala. Parecia que ela estava se acostumando com Mike como sapatos.No caminho ela nem falou com ele. Ele por sua vez estava preocupado demais com o rumo da última conversa deles para falar qualquer coisa. Ela não só culpou ele por tudo como também obrigou ele a ficar assim pelo resto do dia só pra não ter que andar descalça e ainda pisoteou nele com força quando ele tentou argumentar.

A culpa não era dele de não lembrar os assuntos da prova, nem dos sapatos dela terem sido roubados. Ela que foi burra de não esconde-los melhor.Ele sempre soube que Julie era meio mandona e tinha um humor difícil de vez em quando.Mas isso não era problema quando ele tinha 1,80m de altura, agora no entanto...

“AI...”.Mark disse ao sentir seu solado inferior raspando com força no chão de concreto.

“Que susto Mark, esqueci que você tava aí.Desculpa pelo arranhãozinho”

“Arranhãzinho???Você quase arrancou fora minhas costas”

“Meu deus, como você é dramático.”

Ela começava a pensar como o Mark era injusto, não era nada demais ser um par de sapatos por algumas horas, ela não era gorda, ela era bem limpinha, e ela era linda. Ele devia estar feliz em ajudar sua amiga gata. Ainda mais depois de acabar com as chances dela de ir bem em Macroeconomia. Mark devia estar reclamando o tempo todo só pra fazer ela se sentir culpada, ela de fato sentia um misto de culpa e prazer em estar usando Mark, mas ela não tinha opção no momento.

Ela olhou para o relógio e viu que estava 12 minutos atrasada, ela logo esqueceu das reclamações de Mark, e dessa vez começou a correr de verdade em direção a sala.

O mundo de Mark começou a virar uma bagunça quando seus corpos balançavam pra frente e para trás numa velocidade muito grande. O número de porradas na cara que tomava e a intensidade delas aumentou.

“Julie vai com cal...”.Ele começou a dizer logo antes de ser cortado por uma grande pressão nos seus saltinhos algulhas, na sua base e na sua cara.Tudo isso num único impacto.

Julie estava correndo escadas abaixo, e tinha mania de pular os últimos 3 degraus de uma vez, e novamente tinha esquecido do amigo.

“Aaaaaai poorra.Meu deus Julie, eu juro que meu salto quase quebrou agora, você ta maluca?”

“Opa...desculpa de novo Mark. Mas convenhamos não dá pra ficar andando como se eu estivesse pisando em ovos, ainda mais quando estou atrasada. E nós dois sabemos que você está sendo dramático, esses saltos são bem resistentes.” .Ela deu 3 pulinhos como que pra provar ele que ele era resistente. Mesmo puto da vida com os pulos, era inútil reclamar de novo, Julie era meio louca e avoada.

“Agora shhhh, to entrando na sala.”

Julie entrou, sentou em uma das mesas encostadas na parede. E começou a fazer a prova.

“Que horas são Julie??”

“Mark, fazem apenas 15 minutos que entrei na sala, relaxa, se você perguntar toda hora o tempo vai passar mais devagar”

Além da prova na qual tudo deu errado, Julie tinha mais 3 provas naquele dia, 2 horas de duração previstas em cada.

Dessa vez o papel dele não era mais pensar nas respostas da prova, oque tornava ainda pior sua situação. Sem ter com oque se distrair, parecia que seus sentidos estavam ainda maiores. O gostinho de morango ia indo embora a cada segundo, deixando apenas o salgado do suor dela. Ele so conseguia olhar pra cima, onde ele via dedinhos subindo e descendo. A prova provavelmente estava difícil, pois ela estava começando a suar bastante, e isso não era bom. Ela logo voltou com a flexão incessante de dedos, e as batidinhas no chão.

Enquanto as batidinhas incomodavam mais pelo barulho que faziam ecoar na cabeça de Mark, os dedinhos flexionando eram uma verdadeira tortura. Eles ficavam arrastando na cara de Mark, e agora que começavam a ficar bem húmidos, a sensação era nojenta. Além de que cada vez ela flexionava mais, e mais forte, ao ponto da pontinha das unhas arranharem a sua cara. Ele refletiu sobre a situação, e pensou o quão ridículo era estar sendo torturado por dedinhos do pé, sem contar que ele estava começando à feder à pé.

De saco cheio ele disse.

“Para Julie, por favor, ta desconfortável.”

“Parar com oque???”

“Com a porra do pé, para de mexer, tá machucando.”

“A Mark, para de ser chorão. Não pode ser tão incômodo assim”

“Fácil falar né, não é você que ta aqui embaixo.”

 “Para de reclamar Mark, você concordou com isso. E eu estou fazendo uma prova difícil, preciso aliviar a tensão, me deixa com as minhas maniaszinhas. Deixa de ser chato”

“Eu até deixaria, mas a sua maniazinha inocente ta machucando a minha cara.Além de fazer seu pé suar, sério, ta começando a ficar seriamente desagradável aqui.”

Ela então deu um chute com a lateral do sapato na parede.

“Porra”.

Dessa vez, invés de pensar ela falou, não exatamente alto, mas com a sala em silencio, o professor logo olhou pra cara dela.

“Desculpa professor, sem querer esbarrei o cotovelo na parede e deixei escapar isso, peço desculpas” ,o professor balançou a cabeça  aceitando as desculpas e voltou a vigiar o resto da turma.

“Porra Mark, viu oque você fez???Eu estou em prova, não da pra você ficar reclamando o tempo todo. Quer me fazer perder outra prova? Não, não vou deixar você arruinar meu semestre. De agora em diante você vai ficar mudinho por um tempo.”

“Não ouse fazer isso Jul...”.Ela estalou os dedos baixinho e ele na hora teve a certeza, que por mais alto que a mente dele gritasse, ela não ouviria.

10 by Napalm
Author's Notes:

Penúltimo capítulo, ficou um pouquinho maior do que eu esperava.Reforçando a nota do primeiro capítulo, eu espero que vocês gostem, é minha primeira experiencia escrevendo qualquer tipo de estória, qualquer crítica por mais pesada que seja é muito bem vinda, acho muito produtivo saber onde acertei e onde eu podia ter ido melhor.

Finalmente silêncio, ela pensou. Novamente uma pontada de culpa atingiu ela, mas ela não podia se dar ao luxo de ficar tendo discussões mentais com um sapato, por mais que esse sapato fosse o seu amigo Mark. Ela logo voltou sua atenção pra prova e continuou tentando salvar suas notas.

Mark gritou, gritou e gritou mas a única resposta que Julie deu foi voltar a esfregar os dedos na sua cara .A segunda prova da garota se arrastou como se tivesse durado anos. O interior de Mark estava agora consideravelmente húmido. ’Meu deus, como pode alguém suar tanto ficando apenas sentada?!’.O calor dos pés que antes era agradável, agora era incômodo e sufocante. E o gosto...Mark tentava com todas as forças não pensar nele.

“Mark, vou te fazer uma pergunta, e por favor, pra evitarmos discussões, responda apenas oque te perguntei, ou considerarei seriamente te deixar assim por mais um dia....”.

Mark derrepente ouviu ecoar na sua cabeça. Por mais ódio que ele estivesse no momento, era melhor ele guardar tudo pra quando voltasse ao normal, Julie estava 1000 vezes mais confortável com a situação atual deles, do que ele. Ela podia muito bem estar falando sério.

“Você ainda consegue ouvir e enxergar, certo?!”

“Bem...eu consigo ouvir, mas eu não consigo ver muita coisa na prática, minha visão ta dentro dos sapatos, mas porqu...”

 “Ótimo, tudo que eu precisava saber. ”Ela cortou ele, e estalou os dedos, deixando ele mudo novamente.

”Peço desculpas por te deixar assim calado, mas não dá pra eu ficar aguentando você reclamar, pensando nas provas que tenho que fazer, e ainda por cima correr pra lá e pra cá em direção às salas, aguenta firme, isso ta quase acabando.”

Aliviada de saber que ele não podia enxergar nada do lado de fora, ela foi andando em direção ao banheiro, saber que ele podia ouvir, não era exatamente confortável, mas não enxergar já era um grande começo, afinal seria bizarro ela entrar no banheiro descalça, e o banheiro deserto do 9º andar estava muito longe.

Ela entrou no banheiro, levantou o vestido, abaixou a calcinha , e começou a soltar o xixi que estava segurando à horas. Era esquisito saber que o Mark estava ali, na frente...ou melhor, debaixo dela. Mas era ao mesmo tempo meio engraçado que ele não podia ver nada, ela não tinha do que ter vergonha.

Enquanto isso Mark, que não tinha como perguntar mais nada, só podia tentar adivinhar pra onde a garota ia, e oque ela fazia. Ele de repente sentiu o peso nele aliviar, quando Julie sentou . ’Ela já está na prova seguinte.’ .Ele pensou, foi quando ele começou a ouvir um barulho de água, caindo em mais água. Quase como um jato de água caindo numa piscina. Ou como alguém urinan...’AAAAA, ela só pode estar de brincadeira, porra, ela me trouxe pro banheiro com ela?????Isso é muita falta de respeito.’.

Ele mal teve tempo de concluir sua reclamação mental quando foi novamente esmagado contra o chão, e ouviu o barulho da descarga. Inacreditável como a sensação de ser esmagado não era algo que dava pra se acostumar, pelo contrário, Julie parecia cada vez mais pesada.

“Dando passeios no banheiro feminino duas vezes hoje hein Mark?!Seu safadinho. ”Ela brincou, ela não precisava ouvir Mark pra saber que ele estava xingando ela no momento.

“Desculpa por isso tá?   Mas eu estava apertada.”

Ela foi então em direção a terceira prova do dia, para o azar de Mark a terceira prova era em outro prédio. Na universidade de Julie, cada prédio tinha sua especialidade, e mesmo estudantes de Economia, tinham aulas de outros assuntos, em prédios diferentes.

Os Campus era enorme, e alguns prédios conseguiam ser até 4 km distantes, mas o ónibus da universidade passava de 20 em 20 minutos, passando por todos os prédios. Julie olhou o relógio, e falou ”Mark, você não vai gostar disso, mas eu só tenho 4 minutos pra chegar no ponto, ou eu perco o ônibus, então vou ter que andar um pouco rápido”. Ela então começou a andar em passo acelerado para os elevadores do 5º andar.

 ’Porra, que dia pra tudo dar errado.’

Ela pensou quando viu um dos elevadores com a placa de ‘Em manutenção’, e uma fila enorme pro elevador restante.

Ela então saiu correndo escada a abaixo, pulando sempre os últimos 3 degraus. Como Mark queria xinga-la agora. Ele conseguia sentir a temperatura do corpo dela subindo a medida que ela seu corpo ia ficando agitado com a descida rápida.

Ela finalmente parou, agora que ela tinha relaxado, Mark conseguia ver gotas de suor se formando nos poros da pele acima dele, prontinhas pra começar a escorrer em alguns minutos. Isso com certeza não ia ser agradável, ele pensou e logo tentou NÃO pensar mais.

“Ufa, 1 minuto adiantada ainda, eu devia me inscrever pras olimpíadas. ”Ela disse com uma voz bem satisfeita ao chegar no ponto. Eram 13:49, sua prova era as 14:00 à 2,5 Km de distância, e o próximo ônibus só passaria as 14:10.O prédio em que ela estava no momento era o penúltimo ponto do ónibus. Ele passava no ponto do prédio, seguia alguns quilômetros mais à frente, onde havia um prédio administrativo, e depois o retorno. Depois ele passava novamente em frente ao prédio, só que dessa vez do outro lado de uma espécie de avenida bem larga que havia no campus.

13:50, nada do ônibus.

13:51, ela finalmente avista o ônibus....

João, o motorista do ónibus era flamenguista fanático, seu time ia jogar um amistoso as 14:00 daquele dia, próximo do fim do seu turno, e ele não queria perder um segundo do jogo, então no seu ultimo  passeio do dia pelo campus ele tentou ser o mais rápido possível. João e o ónibus haviam passado pelo ponto de Julie fazia 5 minutos.

O ônibus passou em frente à Julie, porem do outro lado da avenida.

“Fudeu, fudeu, fudeu, fudeu...caralho, hoje eu só estou me dando mal, meu deus”.

‘A ta, tadinha de você...sofrendo tanto. ’Mark pensou ironicamente, sabendo quem realmente estava por baixo nessa situação toda. ’Ela vai perder uma prova, grandes coisas, queria ver ela aguentar ser pisada o dia todo.’

“Mas eu me recuso a perder essa prova”. Julie falou em voz alta pra si mesma.Mesmo sem ouvir Mark, isso parecia uma resposta ao pensamento do coitado.

A parte do campus entre um prédio e outro, estava deserta, muita gente já estava de férias, e a quantidade de pessoas na rua diminuía drasticamente depois do ônibus passar. Mas se alguma pessoa olhasse pra Julie agora, ia ver uma moça linda, branquinha e de cabelos escuros(desculpe se estraguei a imagem que você tinha dela), correndo desembestada pelas calçadas do campus.

A cena era digna de um filme de comédia. Uma personagem feminina com roupas adequadas à uma boate, correndo no meio do dia, aparentemente sem razão. Julie tinha uma razão, mas mesmo assim, uma garota toda arrumada correndo quase que como um maratonista, usando saltos daquela altura, era uma coisa engraçada de se ver.

Mark que achava que seu dia não tinha como piorar, foi acordado dos seus pensamentos sobre Julie perder a prova, por uma das porradas mais forte do dia, não se comparava ao pulo que a garota dava na escada. Mas entre o andar normal, e o pulo, essa porrada estava na metade da escala.

Quando se preparava pra inutilmente reclamar com ela, a segunda porrada veio numa fração de segundos, na outra metade do seu novo corpo. E a terceira. E a quarta. Quando ele finalmente se recuperou dá súbita mudança de ritmo, ele se deu conta que ela estava correndo. Não apenas no sentido figurado, andando rápido. Mas correndo como se estivesse de tênis e shorts na esteira da academia. Ele agora imaginava um martelo de carne gigante batendo na cara dele de novo e de novo. E o pior era que o martelo estava ficando cada vez mais húmido. Ele já sentia seu interior completamente molhado, sua cara dolorida, e as marteladas continuavam.

Correr com saltos não era fácil, mas Julie estava indo surpreendentemente bem, anos de prática andando de saltos altíssimos o dia todo, e a prática de ficar em cima deles até mesmo bêbada conferiu a ela esses quase que super-poderes. Ela chutou umas 3 ou 4 pedras pelo caminho, Mark que era dramático ia reclamar depois, mas ela sabia que isso não doía.

Onze minutos de corrida na calçada, e mais 3 minutos de subida extremamente acelerada pelas escadas, e ela finalmente estava em sala, e apenas 5 minutos atrasada. Ela pegou a prova, e sentou.

Foi quando o corpo da moça relaxou que ela começou a realmente suar. Mas nesse momento ela já estava concentrada na prova, e o ar condicionado da sala, rapidamente resfriou o corpo dela, e secou o suor. Bem, havia uma parte abafada, onde o ar condicionado não fazia muito efeito...

Mark viu com desespero todo o processo que levou de uma humidade desagradável, à um completo enxarcamento, a mesma propriedade do material que evitava que a água de chuva e poça entrasse, deixando que os pés da usuária ficassem secos, também represava o suor lá dentro. Oque não seria um problema, se o sapato fosse usado por pouco tempo, afinal de contas que tipo de pessoa louca ficaria um dia inteiro em cima daquilo?!Ou também se o sapato não estivesse vivo.

Infelizmente para Mark, ele ERA um sapato vivo, e sua usuária ERA louca. Os pés inquietos de Julie, agora aderiam à cara de Mark, e faziam barulhos extremamente altos e incômodos à qualquer movimento que ela desse. Altos e incômodos apenas para Mark, de resto, eles eram imperceptíveis á qualquer pessoa, Julie inclusive.

E o calor agora era de matar, o corpo dela parecia ainda mais quente agora que ela estava parada. Mark tentou implorar pra ela tirar ele um pouco, pra aliviar a situação, mas o feitiço que o silenciava ainda estava ativo.

Não demorou até que a inquietude de Julie entrasse em ação novamente, enquanto que os dedos do pé esquerdo flexionavam e se estendiam, arranhando a cara de Mark com a unha, o pé direito, firmado no salto mexia apenas a parte da frente para cima e para baixo, arrastando na parede. Ao mesmo tempo que essa arrastada era inconsciente por parte de Julie, isso acalmava ela.

Depois de 2 horas se afogando numa banheira de suor, Mark sentiu Julie levantar para entregar a prova. Ele se sentia um merda agora, sentia seu corpo todo dolorido, e arranhado. Ele passou o dia todo praticamente lambendo os pés de sua ex-amiga, por que depois disso, ele não iria querer nem olhar na cara de Julie. Ele se sentia a porra de um simples sapato, não podia se mexer, nem falar, e ainda estava cheirando à chulé. Nossa, como ele sentia saudades do hidratante com aroma morango.

Ainda em silêncio, ele sentiu ela andando, e ao que parecia, estar entrando no ônibus, já que o chão balançava bastante.

 O único estacionamento da Universidade ficava próximo ao prédio A, então não fazia sentido se locomover pelo seu interior de carro, era lá que o carrinho velho de Julie se encontrava.

Mark de repente sentiu uma pisada mais forte, e subitamente o chão era firme novamente, ao que parecia ela havia descido do ônibus, e estava à caminho da última prova. De repente ele ouviu o barulho de porta de carro abrindo e em seguida batendo. ‘Oque diabos ela ta fazendo no carro?!’ Ele pensou.

“Bom Mark, tenho uma surpresa pra você...”Ela começou.”...Um dos meus professores está doente e cancelou a última prova, parece que enfim o meu azar acabou por hoje. Estamos indo pra minha casa, e você jaja vai voltar ao normal”

Ela esperou um pouco, e quando não ouviu resposta, disse, “Ai meu deus, esqueci que você ta mudo.” .Ela então estalou os dedos, e permitiu a Mark falar novamente.

“Então, feliz com as novidades??”

Ela disse com o carro já ligado, saindo do estacionamento.

“Feliz???VOCÊ só pode estar brincando comigo sua maluca, você me deixou o dia todo na porra do seu pé, lambendo suor, sendo esmagado, e você pergunta se eu estou feliz???E não vou esperar você chegar em casa, me transforma de volta AGORA”

“Deixa de ser grosso Mark, você concordou com o plano, e o resto não foi culpa minha...O estacionamento está movimentado, alguém podia te ver, e além do mais, depois de ser um babaca o dia todo, acho que você tem que ter o mínimo de cavalheirismo, e não me deixar descalça até chegar em casa. Você VAI ser transformado só na minha casa, lá você toma um banho e te faço um jantar, isso não está aberto à discussões.”

“Não foi oque??Não foi culpa sua??Aaaaa claro, a menininha mimada não podia ficar um diazinho andando descalça...NÃÃÃÃÃO...pra que se ela tinha um otario pra ficar pisando em cima. Pra pular, pra quase matar do coração. E ainda por cima não consegue dirigir descalça?!A Julie, já deu de aturar os seus caprichos.”

“Para Mark, você sabe que não foi assim, como que vou ficar na faculdade descalça???Fazendo prova???Iam no mínimo achar que eu sou uma maluca.”

“HÁ...HA...HA, eu tenho uma novidade pra você Julie, todo mundo já te acha uma maluca. E o único que não te achava, agora está no topo da lista dos que te acham completamente louca.”

Julie apesar de linda, sempre se sentiu meio deslocada, por ter gostos um pouco alternativos, e ter um jeito agitado, ela no fundo se sentia meio anormal, e apesar de ser divertido ter esses poderes, isso acentuava a sensação de ser diferente.

Julie não era nem de longe o tipo de menininha sensível, mas ouvir aquilo de um amigo a magoou profundamente.Com os olhos já húmidos, ela disse.

“Eu realmente sinto muito Mark, pelo que te fiz passar, mas não é motivo pra ser um completo babaca como você está sendo agora. Esse vai ser o último feitiço que uso em você antes de te fazer voltar ao normal...”. Ela disse estalando os dedos.

“Você agora tem direito à mais 10 palavras pra me pedir desculpas antes de ficar novamente mudo até eu decidir o contrário. Espero do fundo do meu coração que você as aproveite, e me convença.”

“VAI SE FODER, você e a sua magia.”

“É isso então Mark?!Ok, acho que depois que você ficar normal, não precisa nem me dar ‘oi’ novamente. É tirar você fora que você tanto quer???Então tá bom...”

Julie disse usando uma das mãos pra tirar o lado direito de Mark, e jogá-lo com raiva na janela fechada do carona, onde ele quicou e caiu no banco. O segundo lado de Mark foi mais difícil de tirar, ela olhou pra baixo pra soltar ele, e demorou alguns segundos para solta-lo.

Quando ela ouviu uma freada brusca, ela soltou o sapato no chão do carro e olhou pra frente novamente. Mais dois segundos e talvez fosse tarde demais pra ela pisar no freio. Ela conseguiu pisar a tempo.

Ou pelo menos seria a tempo, se a metade de Mark não tivesse ficado preso debaixo do pedal do freio. Julie pisou desesperada e repetidamente no pedal do freio, sem efeito, e...

                                           ...CRASH...

End Notes:

O capítulo de conclusão, o próximo, deve ser bem curto, e deve chegar amanhã.

2 by Napalm
Author's Notes:

Desfecho da estória, agradeço epecialmente Pinobr e Encolhido.Seus comentários me incentivaram a continuar a estória.Novamente, é muito importante pra mim ouvir opniões, me diverti escrevendo essa estoria, mas gostaria de saber se vocês se divertiram lendo.

 

Julie acordou desnorteada, ela não sabia onde estava, e estava amanhecendo. O teto e as paredes eram brancos, ‘brancos até demais’, pensou Julie. Ao tentar se mexer ela sentiu um desconforto no pescoço, e sentiu como se sua cabeça fosse explodir. Tateando, ela se deu conta que a cabeça dela estava enfaixada, “que porra é essa?!”, ela disse baixinho.

Ao olhar pro lado ela viu uma figura conhecida, sua mãe cochilava na poltrona do lado.

“Mãe...”.Não houve resposta, então ela tentou mais alto.

“MÃE...”Dona Carla, então acordou meio assustada, mas logo abriu um sorriso ao ver a filha acordada.

“Mãe, oque houve??Porque que eu estou aqui, e porque tem uma faixa enorme na minha cabeça?”

“O acidente filha, você levou uma porrada e tanto. Os médicos disseram que você não fraturou nada. Mas bateu a cabeça bem forte. Não se assuste com o curativo, eu vi a enfermeira trocar ele, e o machucado foi bem pequeno, a bandagem é só pra segurar o curativo mesmo. Você não deve ficar com nenhuma cicatriz.”

“Acidente...?Que acidente mãe??”

“Você bateu de carro filha.Pelo oque foi relatado um cara bêbado tentou mudar de pista, e quase bateu num carro que estava na sua frente, pra tentar evitar a batida ele freou bruscamente, mas ao que parece você não conseguiu frear a tempo. Parece que minha doidinha foi inocente nessa história toda, o motorista bêbado foi identificado, e vai se responsabilizar pelos danos ao seu carrinho filha.”

“Quando que isso aconteceu mãe??”

“Isso tudo foi ontem, depois da faculdade.”

“Meu deus, eu...em um acidente?!Caramba, eu não lembro de ter batido”

 “É assim mesmo, você levou uma pancada feia na cabeça. Mas falando em faculdade,  você foi bem nas provas?”

“Que provas???”

“Também não lembra delas?!Tudo bem, o doutor disse que isso podia acontecer, sua memória deve ir voltando aos poucos, mas ontem você disse que faria algumas provas importantes.”

“Meu deus, pra mim essas provas eram só semana que vem, acho que foi uma porrada e tanto mesmo.”

Julie recebeu alta no mesmo dia, tirando o pequeno ferimento na cabeça, ela estava completamente normal, mesmo assim os médicos deram a ela uma semana de repouso. Uma semana na qual Dona Carla praticamente não a deixava sair da cama.

“Eu estou bem mãe. ”Foi a frase que Julie mais falou durante a semana.

Julie só tinha que ir na faculdade fazer mais uma prova, e pegar os resultados das outras. Por conta do acidente, o professor marcou com Julie no primeiro dia após o descanso de 7 dias, e Julie estava ansiosa, não pra poder ir faculdade, mas pra poder sair daquela prisão de cuidados.

No dia marcado Julie levantou com um pulo, tomou banho, e começou a se arrumar. Ela escolheu uma saia bem curta, como de costume, e uma blusa fresca. Faltavam apenas os sapatos perfeitos.

***

Logo após discutir com Julie, Mark pode finalmente ver algo além de dedos. Mas oque ele viu foi seu corpo sendo projetado em direção a janela, ele entrou em desespero, achando que Julie ia jogar ele pela janela do carro, mas ela estava fechada. Ele teve pouco tempo de agradecer a deus por terem inventado a janela automotiva, quando viu uma luz começar a aparecer na sua outra metade.

Em frações de segundos ele conseguiu ver o rosto de Julie que ia levantando ele. Em seguida um barulho de pneus cantando, ela olhou pra frente simultaneamente soltando ele no chão do carro. Ele também viu aqueles pezinhos lindos dela, mas que ele havia passado a odiar, fazerem uma dança desesperada, se revezando pra vencer o pedal do freio.

Ele tentou gritar, ‘Eu to debaixo do pedal, me tira daqui’. Mas ela não estava mais tocando ele, e pelo visto até magia tem regras. Ele ouviu o impacto. De uma metade, ele via os pés imóveis de Julie, da outra ele via apenas o porta-luvas por um tempo, mas depois do que pareceu dias, ele viu gente olhando pela janela, e o brilho de sirenes.

Ele viu os pés de Julie serem puxados dali, ele não conseguia ver por quem, ele estava desesperado, preocupado com ela, preocupado com ele. Oque seria dele se qualquer um daqueles estranhos que olhavam pela janela decide-se pega-lo também?!

Ele ouviu a porta ser batida, ele ouviu as sirenes se afastarem. Ele sentiu o carro se movendo novamente, mas ele continuava ao lado dos pedais do carro, e não havia motorista ali. Ele viu o dia clarear, e de repente a porta do carro se abriu. Julie estava bem e tinha vindo busca-lo pra acabar com esse inferno e voltar ele ao normal. Pelo menos foi oque ele pensou.

Dona Carla começou a revirar o carro, pegou a bolsa de Julie, seus cadernos, e seus sapatos.

O impulso natural de Mark foi sentir um alívio por ver um rosto conhecido. Ele naturalmente tentou dizer ‘olá Dona Carla, sou eu, Mark...’ e explicar toda a situação. Aí a verdade atingiu ele como uma faca, Julie era a única que podia ouvi-lo, pra Dona Carla, ele era apenas mais um dos saltos absurdamente altos da filha desmiolada.

Ele a viu carrega-lo através do quarto da garota, o qual ele nunca tinha visto antes. Ela então colocou ele no chão. Ele conseguiu reparar em prateleiras acima dele, logo antes de tudo ficar escuro. Ele ouvia vozes distantes as vezes, ele não conseguia identificar porem de quem eram. Depois de um longo tempo no escuro, oque provavelmente eram meses no calendário dos sapatos, ele finalmente viu um clarão.

Uma claridade quase torturante, pra quem ficou tanto tempo no escuro, com a única exceção de uma sombra, um vulto gigante.

Era a primeira vez que Mark via Julie por esse ângulo, sem ter sua visão tampada por pés. As pernas lindas da garota eram torres, ela era gigante, um monumento angelical. Quase um prédio de 10 andares de pura beleza. Ela era uma deusa, ele pensou por último. E era um alívio de saber que ela estava bem. Ela não estava apenas bem, ela estava ótima.

Ela olhava pra ele sorrindo, que sorriso lindo. Ele já podia esquecer de tudo que ela tinha feito ele passar. Ela finalmente havia voltado pra casa, voltado pra salvar ele dessa prisão. Ela estava feliz, ele podia ver, ela estava feliz porque ia salvar ele.

***

Julie estava radiante de alegria, ‘finalmente vou sair daqui, finalmente um pouco de liberdade novamente. ’Ela olhou pro armário, viu seus sapatos favoritos e sorriu. Ela hesitou um pouco pensando se valia a pena usar sapatos tão bonitos assim pra ir pra faculdade. ’A quem eu estou enganando?!Eu adoro ir bem vestida pra lá, e quem sabe oque vou fazer depois da prova?!’.

Ela pegou o sapatos, colocou eles aos pés da cama e sentou.

***

Mark estava ansioso pra voltar ao normal, mas agora, ao ficar tão feliz de ter viso que Julie estava bem, voltar ao normal não era o bastante. Ele lembrava como havia sido a última conversa deles. Ele tinha sido um babaca com ela. Ele não queria perder a amiga, ele não ia deixar mais nada afastá-los. Se a amizade deles sobrevivesse a isso, nada mais ia atrapalhar.

Mark pensava no que ia falar, em como pedir desculpas, em como explicar como ele estava arrependido das coisas que disse.

Ele então se preparou e ficou aguardando ela reverter a magia e transformá-lo de volta. Ele ia agarrar ela, abraçar ela, pedir desculpas, implorar pra ela perdoar ele.

Então ele viu um dos pés dela se aproximando dele, e tocando seu rosto. Em seguida o outro. Ela havia calçado ele. Ela levantou e a dor, e o esmagamento voltaram com tudo. Não que ele houvesse se acostumado naquele dia, mas todo o tempo que ele ficou no escuro, serviu pra que aquela sensação horrível parecesse não passar de um pesadelo bem antigo.

Oque ela estava fazendo? Por que ela estava fazendo isso com ele? Julie provavelmente ainda estava brava com a discussão. Isso não era justo, ele já havia ficado sabe-se lá quantos dias assim. Não importava, se ela ainda estava com raivinha, ele iria tomar a iniciativa e pedir desculpas a ela. Ele ia chegar pra ela, agora que estavam novamente encostados e dizer ‘Julie, eu sinto muito...’.Isso mesmo, eu devo desculpas a ela antes de mais nada.

“Julie, eu...”

Essas foram respectivamente a nona e a décima palavra que Mark dirigiu à Julie depois do último feitiço. E foram também suas últimas palavras.

 ***

Julie estava pronta. Depois de calçar seus sapatos ela olhou para o espelho para checar se a roupa estava boa, fez umas 3 poses diferentes,  e chegou a conclusão que sim, estava ótima. Ela deu uma última olhadinha nela mesmo e...

“Julie, eu”

Ela olhou pro lado assustada, não havia ninguém. Olhou pela janela, ninguém também. Ela havia batido a cabeça com força a uma semana atrás, talvez fosse normal ouvir vozes, talvez não, mas era melhor não perguntar à sua mãe, ou nada de rua pra Julie hoje. Julie simplesmente aceitou que ouviu coisas e saiu.

Ela chegou na faculdade, e foi logo cumprimentada pelos poucos colegas que ainda não estavam de férias, e que queriam saber como ela estava depois do acidente. Ela procurou por Mark, e ligou pra ele, sem sucesso. Ele provavelmente devia ter entrado de férias nesses dias que ela ficou fora, e não queria ser incomodado. Próximo semestre ela colocaria o papo em dia com ele.

Ela foi então fazer a última prova do semestre. A prova estava bem fácil, provavelmente o professor deve ter tido pena dela, por conta do acidente. Bom, o que importa era passar com ou sem ajuda da pena do professor.

Das provas que ela foi ver o resultado, uma ela foi muito bem, e na outra passou raspando. A terceira, a que Julie considerava a matéria mais difícil, Macroeconomia, ela só saberia o resultado a noite, ou no máximo no dia seguinte de manhã, via e-mail.

Bom, só o que restava agora era comemorar, o fato de ter passado em quase tudo. Julie havia sido convidada por umas amigas, pra um show de rock. E nada melhor pra comemorar do que pular a noite toda ao som de rock.

***

Julie acordou com uma ressaca pesada na casa da sua amiga Jenifer, Ela estava fedendo, e grudenta. Ela estava deitada no chão da sala, com os pés pretos e doendo. Quando um cheiro extremamente azedo atingiu seu nariz, ele vinha do seu lado esquerdo, onde ela viu um dos pés do seu sapato. Nossa, como eles fediam. Ela foi se levantando aos poucos, a cabeça dela rodando, até finalmente ficar em pé.

Jenifer já tinha ido trabalhar. Como era possível alguém ter pique de trabalhar depois daquele show foda?!. Julie nunca tinha pulado tanto na vida. Ela pensou em tomar um banho lá antes de sair da casa da Jenifer mas não tinha trazido roupa, mesmo aquele pé preto não ia piorar muito o estado daquele sapato azedo.

Enquanto ela ainda zonza colocava o sapato, ela viu seus pés e lembrou que tirou os sapatos no meio da noite. Enquanto ela terminava de colocar o segundo sapato, ela se perguntou. ’Porque diabos eu fiquei descalça naquele lugar imundo?’.

Antes de levantar, ela pegou o celular pra ver a hora, e viu a notificação de e-mail. Ela abriu, o e-mail e estava lá a listagem de notas de Macroeconomia.

Julieta Martins: 9,0 – Aprovada.

Ela então levantou e deu um pulo. Caindo de bunda no chão logo depois de ouvir um grande crack vindo de baixo.

“Porra, era por isso que eu estava descalça”. Julie lembrou que no final do show começou a sentir o sapato meio esquisito, e olhando ele de perto, viu rachaduras enormes ao longo de cada salto, e havia tirado pra evitar mais danos. Bom agora era tarde demais.

Mas o que era um simples par de sapatos comparado à passar em Macroeconomia raspando?!Além do mais, Julie já não precisava mandar sapatos consertar a séculos. Ela terminou de arrancar os saltos quebrado, jogou eles numa lixeira, estalou os dedos, e os saltos quebrados eram agora uma sapatilha novinha, bem mais apropriada pra ir andando pra casa com os pés doloridos assim.

 

Epílogo:

Mark foi dado como desaparecido à 4 anos atrás, Julie ficou bem triste ao saber do amigo sumido. Ela inclusive prestou homenagem a ele em sua cerimônia de formatura, ele sempre ajudava ela a estudar para as provas.

Ele é o único que sabe do seu paradeiro atual. Ele já foi quase todos os tipos de saltos , sapatilhas e tênis que se possa imaginar. Desde que começou a morar sozinha, Julie não compra mais sapatos, ela usa apenas o mesmo par, transformando ele de acordo com a necessidade.

Mesmo após 4 anos nessa ‘vida’, Mark ‘chora’ ao amanhecer, e recomeçar o ciclo. Ele não se acostumou ao cheiro, ele não se acostumou ao peso, ele não se acostumou ao gosto.

Todo dia quando calçado ele tenta gritar ’Julie, pelo amor de deus, eu estou aqui’. Mas ao que parece, ela ficou tão brava com ele naquela discussão, que decidiu deixa-lo assim.

Julie atualmente tem emprego fixo, e faz pós-graduação a noite, ficando o dia todo com o mesmo calçado. Pode-se dizer que Mark e Julie são mais próximos do que nunca, ele agora é o companheiro involuntário de quase todas as horas da vida de Julie.

Ela só não sabe disso...

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