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Author's Chapter Notes:

Espero que gostem.. dois capitulos em dois dias como prometido ;)

Dia 6 - Robert

O som do salto ecoou pela mansão. Minutos depois Robert foi cegado pela luz quando Stacy retiroy a tampa. De onde estava Robert podia apenas ver o rosto delicado e colossal pairando sobre ele enquanto Stacy soltava o cabelo, que caiu como uma cascata em volta.

- Oi Robert, como foi seu dia? - Robert tentou falar mas a voz de Stacy cobriu a dele facilmente - Espere, não diga, eu não quero saber. Aposto que a descrição de como é passar o dia em uma caixinha de Iphone é muito entediante. Além disso, ainda estou irritada com o jeito que você falou comigo e com a péssima reunião que tive. O vice presidente de finanças é um porco chauvinista e faz de tudo para mostrar as falhas das minhas decisões. Aposto que ele odeia ter uma mulher mais nova que ele como CEO. Você acha que ele quer minha posição?

- Você acha que eu me importo? - disse Robert cruzando os braços. Mas logo descruzou e apoiou no chão da caixa parta não rolar quando Stacy levantou e começou a andar pela espaçosa sala.

- Foi uma pergunta retórica. Eu não esperava que alguém como você desse nenhum conselho útil. Mas você devia se importar, pois meu estado de espirito afeta você diretamente. Eu realmente não sei se vou conseguir ensinar modos para você, porque talvez não dê tempo, talvez você não passe de hoje - Stacy abriu um sorriso ameaçador.

Robert sentou vários fios enormes de cabelo roçarem seu rosto.

- Segure firme homenzinho - disse Stacy que com os dedos direcionava uma mexa de seu cabelo em frente onde Robert estava.

- Não vou fazer seu joguinhos - disse ele empurrando os cabelos sem sucesso.

- Será que não? Como eu disse acho que talvez você não dure muito com esse comportamento - a voz de Stacy era doce e tranquila e não combinava nada com o sorriso e o conteúdo das palavras - Você não pode ver de onde está, mas eu estou em pé, o que é igual estar no alto de um prédio para você. Vou contar até 3 e soltar a caixa. Com esse tamanho e peso, talvez você não caia tão rápido e sobreviva, mas é quase certo que você vai quebrar alguns ossinhos.

- Você está blefando.

- Vamos descobrir? Se você não quiser cair junto com a caixa, segure no meu cabelo como eu te falei. Um… dois… três.

Robert sentiu o chão se afastar rapidamente e em pânico agarrou os fios de cabelo a sua frente. Enquanto balançava e lutava para não cair escutou a caixa batendo no chão.

Stacy não tinha de fato soltado a caixa, apenas abaixado ela bem rápido, não mais do que 10 centímetros, somente depois de ver que o homenzinho tinha agarrado seu cabelo é que ela soltou de fato a caixa em meio a risinhos. Levantou a mecha de cabelo se divertindo com  o homenzinho balançando em seu cabelo como um pequeno Tarzan. Se debruçou sobre um aquário grande que tinga na sala e soltou a mecha. Robert tinha conseguido subir um pouco, mas o movimento fez ele deslizar de volta até quase a ponta do cabelo.

Robert sentia o braço doer. Apesar de forte, não tinha comido nada o dia inteiro. Olhou para cima e em vez do teto, viu o rosto de Stacy olhando para ele. Com um movimento dos olhos, ela convidou ele a olhar para baixo. Ele estava no meio do caminho entre o rosto dela e a superfície da água. Viu o vulto de um peixe muito maior que ele nadando lá em baixo.

- Confortável? - ela perguntou de forma casual.

- Nem um pouco - ele se sentia como se tivesse que ficar agarrado me um corda muito escorregadia, o que era um esforço extra.

- Ver seus músculos tão pequenos e perfeitos em ação é um bom entretenimento. Segura firme aí, pois você não vai gostar de cair nesse aquário - ambos olharam para o vulto do peixe e Stacy continuou. - Quando eu mudei para cá, eu autorizei minha decoradora colocar um aquário aqui e encher de peixinhos. Um dia minha afilhada veio me visitar e me trouxe um peixe de presente e eu simplesmente coloquei aí. Era um peixe um pouquinho maior que os outros, mas é um aquário grande. Eu fui viajar uns dias e quando voltei, ele tinha comido todos os outros. A moça que trabalha para mim colocava ração, mas acho que ele gostava da comida dele viva. Ele está bem ali, e alguns peixes que ele comeu eram maiores que você.

- Você não vai deixar eu cair, você ia ter como me substituir - enquanto falava Robert sentia seus braços ficando mais pesados, mas tentava manter a calma.

- Você se acha o último coockie do jarro, não é Robert? - Stacy sussurrou acariciando o abdômen do homenzinho que balançou levemente agarrado ao cabelo dela. - Na verdade você acaba de me dar idéias. Estou aqui pensando que você talvez não seja o último coockie do jarro, sabe porque? Porque eu tenho a receita.

Robert aproveitou que ela acariciava sua pernas e deu um jeito de pisar no dedo dela, procurando apoio para descansar os braços.

- Não, não, não menino travesso. Nada de apoio para os pés  - Stacy abaixo a mão e ele voltou a balançar agarrado no cabelo. - Você vai é meu bichinho de estimação?

- Nunca!

- Então, porque eu vou cuidar de você? Porque vou te dar apoio para os pezinhos ou te salvar do peixão malvado ali em baixo? Eu não mexeria um músculo para ajudar um criminoso, mas eu podia fazer alguma coisa para salvar meu bichinho de estimação.

- Vai se fuder.

- Que atrevido - Stacy levantou uma sobrancelha e segurou o riso. Com a pontinha da unha mexeu com as bolas do homenzinho, mas sem machucar. - Ninguém pode dizer que você não tem culhão. Mas para que eu vou querer um bandidinho que é estupido demais para ceder? Vamos ficar conversando aqui até seus bracinhos cansarem e você cair. E então eu vou ficar assistindo ao vivo uma versão muito estranha do filme Tubarão.

- Stacy, não!

- Ah, agora é Stacy, não é? Admite que é meu bichinho de estimação?

Robert sentiu os braços cada vez mais pesados, mas fechou a cara e não disse nada.

- Sabe Bob… Posso te chamar de Bob? - Stacy riu - Que besteira a minha, é claro que eu posso. Então Bob, um assassino como você merece ir para o inferno. Eu sei que parece que você já está nele, mas aposto que o de verdade é pior que aqui comigo. Além disso, comigo você tem alguma chance de sair do inferno. Se você merecer, você pode ir do inferno para o purgatório. Depois, entendendo bem toda dor que causou para os outros e se arrependendo você pode ter uma existência de relativa paz. Bom no céu você não chega, você fez muita coisa errada para chegar no céu, mas você pode ter uma vida que vai ser agradável na maior parte do tempo.

- Me tira daqui e a gente senta e conversa - disse Robert em meio a bufadas pelo esforço. Enquanto Stacy falava ele tinha conseguido subir uma pequena parte do caminho entre as pontas do cabelo e o rosto dela.

- Não - Stacy balançou a cabeça exageradamente e ele sentiu os solavancos e quase caiu, descendo até perto das pontas novamente. Ela fixou os olhos no peito dele, que subia e descia com o esforço de se agarrar por tanto tempo no cabelo liso. - Tudo bem aí?

- Não.

- Se você virar comida de peixe, eu vou ter que fazer outro homenzinho. Como eu disse, eu tenho a receita. Claro, coisas podem dar errado, isso pode ser perigoso. Mas pensa só, se eu pegar só pessoas que machucam outras pessoas, criminosos como você, eu vou ser como uma super heroina, uma justiceira, evitando que pessoas ruins tenham como machucar as outras pessoas - Stacy parecia mais pensar em voz alta do que conversar com Robert no momento. - Ok. Super heroína é um pouco infantil talvez. Mas eu estou adorando trazer um pouco de justiça ao mundo. Muitas pessoas como você não entendem o mal que fazem. Claro, não vou ser hipócrita, eu estou adorando sentir todo esse poder também. É algo que eu já gostava, mando em uma empresa inteira como você sabe. Mas isso é outro nível, algo muito mais forte e palpável. Viciante até.

- E-eu não aguento mais. Eu vou cair - Robert gritou olhando o vulto do peixe nadando em baixo dele.

- Disse alguma coisa Bob? Não importa, eu presto mais atenção em bichinhos de estimação do que em criminosos. Criminosos eu só desprezo. Eu acho que não teria coragem de encolher uma pessoa que fosse boa. Provavelmente não teria coragem de encolher um desconhecido também. Mas uma pessoa que sei que merece, acho que teria coragem. Não tenho certeza, mas acho que sim.

- Socorro - Robert gritou não aguentando mais segurar e caindo na água. Olho desesperado em volta e então para cima. Viu Stacy sorrir e acenar para ele, mas ela não se mexeu.

- Tundum… tundum… tundum tudum - stacy começou a “cantar” a música tema do filme tubarão.

- Eu sou seu bichinho de estimação. - Robert começou a nadar olhando em volta e vendo o vulto passando embaixo. Começou a gritar ainda mais alto e rápido. Por favor, me ajuda. Eu sou o que você quiser, sou seu bichinho de estimação. Não me deixa morrer. Socorro.

- Viu, não foi tão difícil - disse Stacy com a voz meiga. Ela pegou a redinha que servia para tirar os peixes do aquario para limpar e começou a levá-la em direção ao pequenino nadador. Mas fez isso de maneira calma, sem pressa. Robert viu o peixe subindo em direção a ele, mas nesse momento foi içado pela redinha. Ficou deitado nela, respirando fundo e recuperando o ar.

- Como é que um bichinho de estimação educado, que não quer mais nadar hoje, deve dizer para quem acaba de salvá-lo?

Robert fez silencio por alguns segundos, sua raiva fazia seu sangue borbulhar, mas então ele cedeu - Obrigado Stacy.

- Bom menino, talvez haja alguma esperança para você no final das contas. - Stacy foi até a cozinha e soltou o homenzinho dentro de uma jarra de vidro. Pegou meia bolacha cream cracker e segurou em cima do jarro, então começou a esmigalhar a bolacha com as mãos, transformando em uma chuva de farelos que caia sobre Robert. - Agora coma que eu também vou jantar.


 

Chapter End Notes:

vamos trocar ideias usando o review.. agardo sua opiniões

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